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por Fernando Migliaccio

No início desta semana fomos surpreendidos com a notícia de que Elon Musk, CEO da Tesla e fundador da SpaceX, havia voltado atrás e estava querendo comprar novamente o Twitter pelo valor inicial: US$ 44 bilhões. Em julho, quando ele anunciou que sairia da negociação, cheguei a escrever o primeiro capítulo desta novela aqui, além de já ter feito uma análise neste blog sobre as ações da Tesla.

Segundo Elon Musk, um dos motivos ao afirmar o cancelamento da compra do Twitter, era a não divulgação da rede social de quantos perfis falsos e bots ela teria em sua plataforma, e acusando o Twitter de forçar a compra. Com isso, o Twitter deu seguimento a um processo que está transcorrendo justamente por estes dias.

O portal de notícias Bloomberg aposta que Elon Musk teria voltado atrás ao perceber que não teria muitas chances na batalha judicial, já que não estava conseguindo provar quais seriam as falhas no contrato determinado pelo Twitter.

Uma reportagem do New York Times afirmou que o bilionário Elon Musk tentou, recentemente, uma nova negociação com o Twitter, baixando o valor de compra para US$ 31 bilhões, e que foi prontamente rejeitada.

Dessa forma, um juiz do Tribunal Delaware, nos Estados Unidos, estabeleceu uma data limite para a efetivação do negócio: 28 de outubro. E assim foi dada a largada para que Musk encontre formas e fontes para financiar a aquisição dessa compra. Ele tem menos de um mês para se organizar financeiramente. Uma missão quase impossível.

Nesta quarta (05), a Reuters divulgou que as companhias de investimentos que anteriormente haviam sinalizado auxiliar na compra agora já não estão mais dispostas a emprestar dinheiro ao bilionário. Entre os financiadores por meio de capital preferencial, estavam o fundo Apollo Global Management, que é uma das maiores empresas de private equity do mundo, e a Sixth Street. Caso Musk não conseguir pagar o valor acordado, ele terá que arcar com uma salgada multa de US$ 1 bilhão.

Enquanto isso, parece que o pessoal do Twitter não vai ceder, pois mesmo com o anúncio de Musk em retomar a compra, a rede social está insistindo em manter o processo judicial de quebra de contrato. A defesa de Musk diz que essa postura pode colocar em risco a transação e o interesse de acionistas.

Com certeza essa novela ainda contará com muitos capítulos, mas a parte boa é tem data para acabar, já que até o final do mês saberemos como isso se encerrará.

 

 


Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.