Retratada em inúmeros livres e filmes, a Operação Entebbe mostrou a inteligência e organização da Força de Defesa de Israel. Em 27 de junho de 1976 o avião da Air France, um Airbus A300, que ia de Tel Aviv (Israel) a Paris (França), com escala em Atenas (Grécia), foi sequestrado logo após a primeira parada.
Quatro sequestradores, que embarcaram em Atenas, tomaram o poder da aeronave, fazendo 258 pessoas de reféns, além da tripulação. Os terroristas faziam parte da Frente Popular para a Libertação da Palestina e das Células Revolucionárias da Alemanha.
Após renderem o avião, os terroristas se dirigiram até Bengasi, na Líbia, para reabastecerem. Um dos detalhes interessantes é que nesse momento uma mulher conseguiu convencê-los de que estava tendo um aborto espontâneo e conseguiu ser libertada. E o motivo pelo qual ela inventou a história foi para se despedir da mãe, que estava sendo velada na Inglaterra. Outro detalhe: ela não estava grávida!
Em 28 de junho, o avião pousa no aeroporto de Entebbe, ao sul da capital ugandesa, com a autorização do ditador Idi Amin Dada. As exigências começaram a surgir: até 1º de julho 53 palestinos/simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina em todo o mundo, sendo que 29 deles detidos em Israel, deveriam ser libertados.
Os reféns, que neste momento eram mantidos em uma sala do aeroporto, foram separados entre judeus e não-judeus. Dessa forma, alguns ganharam a liberdade, principalmente os que não eram judeus, tampouco israelenses.
Acredito que outro fato interessante desta operação foi quando a equipe do Serviço de Inteligência de Israel percebeu que foi justamente uma empresa israelense que construiu o aeroporto. E pronto: em pouco tempo já tinham em mãos a planta do local onde estavam os reféns e isso facilitaria – e muito – a entrada dos soldados.
Dentre os soldados israelenses vale ressaltar a presença in loco do tenente-coronel Yonathan (Yoni) Netanyahu, irmão mais velho do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e chefe do comando que libertou os reféns. Infelizmente, Yoni foi morto na ação, porém foi o único.
A operação que se desenrolou nas horas seguintes contava com um detalhe importante: o elemento surpresa. A equipe de soldados israelenses foi extremamente corajosa e arrojada. Voaram para a África sem serem notados pelos radares, vestiram uniformes dos soldados de Uganda, e ainda por cima utilizaram carros iguais ao do ditador Idi Amin Dada. Mais um “Cavalo de Troia” na história!
No total, a ação demorou exatos 53 minutos. Um sucesso e aí está o motivo de termos tantos livros e filmes que abordam a Operação Entebbe, que foi aclamado mundialmente.
Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.
Ernest Shackleton, foi um explorador polar irlandês, que liderou três expedições britânicas à Antártida e uma das principais figuras do período conhecido como Idade Heroica da exploração da Antártida. Seu perfil desbravador ficou evidenciado quando, recrutando os membros para uma das expedições, publicou um anúncio inusitado num jornal inglês.
Após alguns sucessos e também decepções, como a épica jornada de 1911, em que tentou alcançar o Pólo Sul mas chegou dias depois que outro famoso explorador, Shackleton continuou sua saga de viagens ao continente Antártico, com expedições que lhe renderam grandes histórias, retratadas em muitos livros.
Todavia, ele nunca poderia ter imaginado seu nome sendo associado ao whisky. Afinal, ele não tomava bebidas fortes. Nem associado a um título de livro, sobre whisky!
Penso que se ele soubesse, quando encomendou 25 caixas de whisky (300 garrafas) para sua grande expedição de 1907, que isso seria motivo de uma incrível descoberta, talvez não acreditasse!
O livro
Sem pretensão alguma, numa rotineira limpeza da cabana onde Shackleton passou uma jornada na Antártida, arqueólogos fizeram uma descoberta inusitada: várias garrafas de whisky escocês MacKinlay, envelhecido em 15 anos antes de ser engarrafado em 1898.
As garrafas são conhecidas desde 2010, congeladas. Sem identificação, elas não tinham sido analisadas, e os líquidos permaneciam em seu interior. Através de técnicas específicas, foi possível ter acesso ao líquido.
A fórmula ou a receita dos whiskies escoceses de tão longo período está sumida há muitas décadas. Contudo, a destilaria Whyte and MacKay, que tem os direitos dos produtos MacKinley, encaminhou as garrafas para Christchurch, na Nova Zelândia, além da Escócia, para uma análise profunda dos componentes da bebida, com o intuito de voltar a reproduzir a receita.
Já existe um protótipo de reconstituição feito a partir de sua amostra, que será vendido numa edição limitada de 5 mil garrafas. Lizzie Meek, uma das arqueólogas do Antarctic Heritage Trust, declarou que, surpreendentemente, o achado é muito cheiroso, o que difere da maior parte dos trabalhos de arqueologia.
Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.
Em janeiro de 2020, o Brasil inaugurou a sua nova base na Antártida, nomeada Estação Antártica Comandante Ferraz, após o incêndio, ocorrido oito anos antes, de seu centro de pesquisa. Construída pela chinesa Ceiec (China National Import & Export Corp), a nova base possui 4.500 metros quadrados divididos em três blocos, 17 laboratórios e um heliporto. A instalação fica na Ilha do Rei George, uma pontinha da Antártica próxima ao sul do Chile.
Muita gente pode pensar qual é a sua função para contar com um investimento brasileiro deste porte. Explico: estão sendo realizadas intensas pesquisas diárias nos ramos de microbiologia, medicina, química, oceanografia e clima, tão importantes e necessários para nosso planeta. A Antártida é considerada o melhor lugar para se estudar o impacto das mudanças climáticas do mundo, devido à facilidade para detectar alterações no derretimento de geleiras e maior nível dos oceanos.
Além disso, novos medicamentos são desenvolvidos, tomando base as pesquisas com os microrganismos encontrados na região. Durante quatro anos, entre 2014 e 2018, por exemplo, um pesquisador brasileiro chamado Leonardo José Silva trabalhou no local para descobrir tipos de bactérias capazes de produzir substâncias eficientes em controlar o desenvolvimento de tumores. Segundo ele, em matéria publicada no portal G1, “a razão pela qual empenhamos nossos esforços para a obtenção de compostos ativos é contribuir com o desenvolvimento de tratamentos para o câncer, de forma a prover maior expectativa de vida para pacientes.”
Como a Antártida é uma região onde encontramos espécies únicas e um ambiente sem interferências, as chances para novas descobertas aumentam. A biodiversidade no local é exuberante.
Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.