A Eletrobras, maior empresa do setor elétrico brasileiro, foi privatizada. Foram quase 30 anos para que isso acontecesse, um marco para o governo de Jair Bolsonaro que, até então, conseguiu passar para a iniciativa privada somente empresas subsidiárias.
Recentemente, a Câmara dos Deputados manteve, por 392 votos a 31, os vetos feitos pelo presidente. Um deles dava garantias a funcionários e ex-funcionários da empresa para que estes, demitidos sem justa causa, fossem aproveitados em outras empresas públicas federais.
Com a conclusão do processo de capitalização, a União não é mais o acionista principal da Eletrobras. Todo o processo começou no início do ano passado e as ações começaram a ser negociadas na Bolsa com o valor fixado pela companhia em R$ 42,00. Com isso, o Governo conseguiu garantir cerca de R$ 29 bilhões junto ao mercado.
Segundo o governo, a privatização da Eletrobras ajudará a reduzir a conta de luz, trazendo benefícios à população brasileira, que sofre com altas contas de energia, que tendem a oscilar sempre para cima. Dessa forma, a estimativa do Ministério de Minas e Energia é de uma redução de 7,36% na tarifa. O problema é que essa análise não é unânime: alguns analistas afirmaram o contrário, dizendo que a redução acontecerá apenas nos primeiros anos e será pequena – inferior a 3% em 2022. A contratação de usinas termelétricas a partir de 2026, movidas a gás, encarecerão as despesas para os consumidores.
Desde a capitalização, as ações subiram 9,1%, sendo agora uma das dez maiores empresas do índice da B3. Especialistas que acompanham a empresa acreditam que teremos altas entre 50% e 60% no preço do papel no prazo de 12 meses.
Paulo Guedes, Ministro da Economia, afirmou que o Governo Federal irá utilizar os recursos da privatização da Eletrobras para dois fundos geridos pelo BNDES para erradicação da pobreza e “reconstrução nacional”, uma forma de devolver ao povo brasileiro o dinheiro.