Nesta semana, Rishi Sunak foi escolhido como o sucessor de Liz Truss, que ficou apenas 44 dias no cargo de primeira-ministra do Reino Unido. Relembrando, o grande fator para a queda de Truss foi anunciar um grande plano com corte de impostos e sem apontar um financiamento. O mercado reagiu da pior forma, aumentando ainda mais a inflação, a maior em 40 anos.
A economia do Reino Unido já andava enfraquecida mesmo antes da pandemia. A ideia do Brexit acabou piorando o que já estava ruim. A saída da União Europeia em 2016 desencadeou sérios abalos econômicos, tornando-a a região instável e polarizada. A agitação instaurada com a pandemia só agravou a delicada situação. A “cereja do bolo” é a inflação, que varre a economia global e, obviamente, o Reino Unido.
Nas eleições de 2019 os conservadores foram os grandes campeões, mas hoje já contabilizam três primeiros-ministros em três anos e meio. Mesmo com a liberdade de assinar novos acordos comerciais com outros países, eles perderam o seu maior parceiro comercial, que já estava garantido com a Comunidade Econômica Europeia. Em resumo: agora os britânicos estão pegando o preço por saírem da União Europeia.
Mark Carney, ex-presidente do Banco da Inglaterra, onde ocupou a liderança entre os anos de 2013 a 2020, afirmou que o Reino Unido tinha cerca de 90% do tamanho da economia da Alemanha na época da votação do Brexit. Hoje ele está com aproximadamente 70% do tamanho, e com uma moeda cada vez mais enfraquecida.
Questões políticas também estão em clima de indecisão. A Irlanda do Norte, por exemplo, após a saída da União Europeia, ainda não conseguiu sanar impasses políticos e agora está a caminho de iniciar um novo processo eleitoral regional. Uma região que lutou tanto pela paz agora está agitada, pois não consegue formar um governo de coligação pós-estatuto do Brexit.
O novo primeiro-ministro, Rishi Sunak, terá um árduo caminho pela frente. Neste momento, ele tem que apagar o fogo de sua antecessora, reestabelecendo a confiança e a credibilidade financeira. Está prevista uma declaração fiscal para a próxima segunda-feira, 31 de outubro.
Em seu discurso de posse, Rishi Sunak explicou o momento em que estão passando e os desafios: “Nosso país está enfrentando uma profunda crise econômica. As consequências da Covid ainda perduram. A guerra de Putin na Ucrânia desestabilizou os mercados de energia e as cadeias de suprimentos em todo o mundo. Colocarei a estabilidade econômica e a confiança no centro da agenda deste governo. Isso significará decisões difíceis pela frente.”