Nesta quinta-feira (20), após exatos 45 dias no poder do Reino Unido, a primeira-ministra Liz Truss renunciou ao seu cargo. Truss sofria uma grande pressão, inclusive de seu próprio partido – Conservador, o mesmo de Boris Johnson – após ter anunciado um polêmico plano econômico.
O Reino Unido, considerado a segunda maior economia da Europa, estava sofrendo com a desvalorização histórica de sua libra esterlina em relação ao dólar, a demissão do Ministro das Finanças Kwasi Kwarteng em meio à crise financeira, e a renúncia ontem da Ministra do Interior, Suella Braverman.
A moeda do Reino Unido, para se ter uma ideia, caiu cerca de 15% em 2022. Em 26 de setembro ela registrou o seu menor valor em relação ao dólar e quase se emparelhou com a moeda norte-americana.
Há três semanas, o então Ministro das Finanças havia anunciado, o “The Growth Plan 2022”, com grandes cortes nos impostos ao mesmo tempo em que aconteceriam mais empréstimos ao governo. O mercado agiu mal com as notícias. Foi criada uma forte desconfiança e o temor de que a inflação cresceria ainda mais, sendo que atualmente ela já conta com um dos maiores índices em 40 anos.
Logo que assumiu o cargo, o novo Ministro das Finanças, Jeremy Hunt, reverteu todo o pacote fiscal do antecessor e agora a renúncia de Liz Truss já deu novos ares promissores para o mercado britânico: a Bolsa de Valores de Londres fechou em alta hoje. O FTSE 100 subiu 0,27%, aos 6.943 pontos. Já a libra esterlina estava com alta de 0,42% às 13h12 (horário de Brasília), aos US$ 1,13.
Em menos de três meses, o Reino Unido contará com mais um primeiro-ministro. Afinal, Truss havia assumido em setembro após outra renúncia, do então premiê Boris Johnson. Um novo líder deve ser escolhido pelo Partido Conservador até o dia 28 de outubro, próxima sexta-feira.
Quem sabe Rishi Sunak, que havia perdido para Liz Truss na eleição interna consiga assumir, ou até mesmo Penny Mordaunt, que ficou em terceiro lugar na última disputa. A verdade é que podemos dizer que temos mais um país instável e ansioso, a exemplo do Brasil, no final deste mês.
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