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por Fernando Migliaccio

A Olimpíada de 1972 foi realizada na cidade de Munique, que, à época, pertencia à Alemanha Ocidental. Afinal, a queda do Muro de Berlim, que reunificou a Alemanha, só foi ocorrer em novembro de 1989, ou seja, 17 anos depois do grande evento esportivo. Justamente para apagar a imagem dos Jogos Olímpicos de 1936, quando Hitler usou o esporte para propaganda nazista ao mundo, a Alemanha não se preocupou em organizar um esquema de segurança tão intensivo na Vila Olímpica. Prato cheio para a causa palestina.

Em 5 de setembro de 1972, na segunda semana dos Jogos Olímpicos, onze integrantes, sendo atletas e treinadores de Israel, foram tomados como reféns pelo grupo terrorista palestino denominado Setembro Negro. Enquanto os israelenses dormiam, por volta das 4h30 da manhã, oito terroristas palestinos invadiram o espaço ocupado pela Delegação de Israel.

Identificados como guerrilheiros que vieram de campos de refugiados da Síria, Líbano e Jordânia, os terroristas exigiam a libertação de palestinos presos em Israel (234 pessoas), além de chamar a atenção mundial para a situação da Palestina. Marcada por extrema violência, a ação teve requintes de filme de horror: tortura, o corpo de um dos treinadores sendo jogado na rua e que culminou com a morte de todos os atletas a sangue frio durante o tiroteio final.

Segundo Shaul Ladany, veterano atleta da Marcha Atlética, eles não acreditavam que algo assim pudesse acontecer. “As Olimpíadas modernas deveriam ter o mesmo espírito das Olimpíadas antigas, que durante os jogos há paz e toda a violência é interrompida. Foi assim por centenas de anos na Grécia antiga. Ninguém imaginou que alguém tentaria avançar para um ataque terrorista”, ressaltou durante uma entrevista realizada no ano de 2020. Aliás, foi no Brasil, durante os Jogos Olímpicos de 2020 que este massacre foi lembrado durante uma cerimônia de abertura, com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.

Cinco terroristas, dos oito que participaram da ação, morreram. Todos os atletas israelenses foram mortos e um policial alemão também entrou nesta conta terrível. Pouco tempo depois, esses três terroristas foram libertados em uma negociação ocasionada após o sequestro de um avião da Lufthansa e foram recebidos na Líbia como heróis. Claro que Israel, mesmo que secretamente, não deixou barato e foi atrás de todos os envolvidos no massacre. A movimentação que se seguiu inclusive deu origem ao filme dirigido por Steven Spielberg, “Munique”. Veja o trailer abaixo e onde você pode assistir o filme aqui!

No site dos Jogos Olímpicos é possível checar diversas informações da época: medalhistas, modalidades esportivas, formato da medalha e tocha e até mesmo vídeos de algumas competições: https://olympics.com/pt/olympic-games/munich-1972

Existem 2 vídeos interessantes sobre o Atentado feitos pela Euronews e Memória da Globo:

Euronews:

Memória da Globo:

 


Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.