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por Fernando Migliaccio

Ernest Shackleton, foi um explorador polar irlandês, que liderou três expedições britânicas à Antártida e uma das principais figuras do período conhecido como Idade Heroica da exploração da Antártida. Seu perfil desbravador ficou evidenciado quando, recrutando os membros para uma das expedições, publicou um anúncio inusitado num jornal inglês.

Após alguns sucessos e também decepções, como a épica jornada de 1911, em que tentou alcançar o Pólo Sul mas chegou dias depois que outro famoso explorador, Shackleton continuou sua saga de viagens ao continente Antártico, com expedições que lhe renderam grandes histórias, retratadas em muitos livros.

Todavia, ele nunca poderia ter imaginado seu nome sendo associado ao whisky. Afinal, ele não tomava bebidas fortes. Nem associado a um título de livro, sobre whisky!

Penso que se ele soubesse, quando encomendou 25 caixas de whisky (300 garrafas) para sua grande expedição de 1907, que isso seria motivo de uma incrível descoberta, talvez não acreditasse!

O livro

Sem pretensão alguma, numa rotineira limpeza da cabana onde Shackleton passou uma jornada na Antártida, arqueólogos fizeram uma descoberta inusitada: várias garrafas de whisky escocês MacKinlay, envelhecido em 15 anos antes de ser engarrafado em 1898.

As garrafas são conhecidas desde 2010, congeladas. Sem identificação, elas não tinham sido analisadas, e os líquidos permaneciam em seu interior. Através de técnicas específicas, foi possível ter acesso ao líquido.

A fórmula ou a receita dos whiskies escoceses de tão longo período está sumida há muitas décadas. Contudo, a destilaria Whyte and MacKay, que tem os direitos dos produtos MacKinley, encaminhou as garrafas para Christchurch, na Nova Zelândia, além da Escócia, para uma análise profunda dos componentes da bebida, com o intuito de voltar a reproduzir a receita.

Já existe um protótipo de reconstituição feito a partir de sua amostra, que será vendido numa edição limitada de 5 mil garrafas. Lizzie Meek, uma das arqueólogas do Antarctic Heritage Trust, declarou que, surpreendentemente, o achado é muito cheiroso, o que difere da maior parte dos trabalhos de arqueologia.

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Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.