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por Fernando Migliaccio

Compliance em inglês significa “em conformidade”. Não é à toa que a maior parte das empresas, até como uma forma de organização interna, estabelece esse setor para definir um conjunto de normas e regras para proporcionar uma boa governança dentro de sua organização. Dessa forma, compliance nada mais é do que estar em conformidade com leis e regulamentos.

Toda a empresa, principalmente seus funcionários, colaboradores e fornecedores ou qualquer instituição que tenha algum vínculo com a organização devem se comportar de acordo com os regulamentos pré-estabelecidos, suas políticas e processos.

O compliance é tão importante que dentro dele foram estabelecidas subdivisões: compliance ambiental, operacional, financeiro, trabalhista, entre outros. Tudo isso para garantir a credibilidade, a integridade da marca e os menores custos operacionais de uma empresa.

Esse código de condutas também – e principalmente – faz parte do comprometimento da alta direção da empresa, pois qualquer tipo de mudança deve ser promovida “top down”, ou seja, a abordagem deve começar de cima para baixo, tendo seus líderes como exemplo.

O movimento que tem início com a liderança é extremamente importante, pois a alta cúpula participa de uma série de dilemas em sua rotina diária, onde o lucro é sempre colocado em cheque nas decisões. E é aí que uma empresa mostra o seu real compliance e o seu código de ética.

Importante constatar que todos, começando dos menos graduados funcionários e passando por os demais degraus hierárquicos, devem saber o que está sendo feito, gerido, produzido. Caso contrário, se e quando houver um problema de qualquer natureza, seja ele econômico, jurídico, ético ou comportamental, a culpa não deve residir somente nos que de fato eram designados sobre ordens explícitas de fazê-lo, uma vez que, todos, sem exceções, foram beneficiados, de uma certa maneira, por condutas outrora ilícitas.

Esse monitoramento deve ser contínuo e idôneo, e nunca relaxar conforme a passagem do tempo. É algo que deve estar sempre no “modo de alerta”, já que qualquer vacilo pode ser crucial à reputação da empresa, ferir processos internos e externos, e seu preço pode custar ainda mais caro do que qualquer lucro momentâneo, como a dissolução do negócio.

 


Fernando Migliaccio da Silva, economista formado pela PUC – SP. Atuante na área Financeira com cerca de 30 anos de experiência, passando pelos setores de Tesouraria, Operações nacionais e internacionais, Financiamento às Exportações Brasileiras e Projetos Financeiros, também possui amplo conhecimento em temas sociais, políticos e atualidades.